terça-feira, 1 de maio de 2012

O Anel

 Porque terei comprado aquele anel? Nunca apreciei objectos antigos, mas numa visita a uma feira com umas amigas encantei-me naquela peça.

Desde aí, sempre que o usava acontecia qualquer coisa desagradável. De início não relacionei as situações, mas depois começou a ser demasiado evidente.

Começou por não ter muita importância: perder um brinco, partir um salto, dar um encontrão num colega. Depois as situações começaram-se a agravar. Perdi a correspondência do escritório. Extraviei o cartão de crédito. Parti um pé. O meu namorado traiu-me.

A determinada altura não precisava já de usar o anel para algo acontecesse, e, infelizmente, se tornasse permanente. Fiquei desempregada e doente.

Antes que alguém morresse empreendi uma viagem de 500km para o atirar num rio, à falta de vulcão, apesar do receio de um acidente durante a viagem.

Furou-se apenas um pneu do autocarro. E no regresso comecei a sentir-me melhor.